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Quarta-feira, 06 de dezembro de 2006
Acidez estomacal pode causar outros males
Incômodo esporádico não é motivo de preocupação, mas, se azia se tornar freqüente, pacientes devem fazer tratamento de longo prazo para não desenvolver mais doenças
(Fonte: jornal Estado de Minas)
Berlim – Azia, sensação de queimação atrás do esterno, dor na boca do estômago. A maioria das pessoas já sofreu de pirose alguma vez, conhecida também como acidez estomacal, ou queimação. Mas, quando este problema se transforma em uma queimação crônica, como por exemplo depois das refeições ou ao deitar-se ou agachar-se, pode haver o risco de que doenças secundárias apareçam, com risco de vida. "O principal motivo dos incômodos típicos da pirose é que existem ácidos do estômago que não estão no lugar correto", explicou o presidente do setor de endoscopias gastroenterológicas da Sociedade Alemã de Doenças Digestivas e Metabólicas (DGVS), Peter N. Meier. Quando uma pessoa tem pirose, o ácido flui contra a corrente dos alimentos, desde o estômago até o esôfago. Por esse motivo, os médicos chamam essa doença de refluxo gastroesofágico. Do ponto de vista mecânico, o problema encontra-se ao lado de músculos que estão no final do esôfago – denominado esfíncteresofágico inferior – que se abre para permitir a entrada de alimentos e se fecha para que permaneçam no estômago, mantendo também ali os sucos ácidos. Mas se o estômago está muito cheio e a pessoa que tem o problema decide deitar-se, é produzida, muitas vezes, uma grande pressão no estômago, onde até os músculos saudáveis são afetados. O esfíncter esofágico inferior também pode trabalhar em situações limites, em outros casos, mas sem representar um sinal de alarme. "As grávidas sabem que, em estados avançados da gravidez, podem sofrer acidez", indicou Meier. TECIDOS O principal componente dos sucos gástricos é o ácido clorídrico, produzido na parede do estômago por células especializadas, para digerir quimicamente os alimentos e matar as bactérias. Ao contrário das paredes do estômago, os tecidos do esôfago não estão preparados para suportar substâncias tão agressivas como são os ácidos estomacais, disse Meier. A acidez estomacal ocasional é um problema no mundo inteiro. E muitos países industrializados ocidentais, uma de cada cinco pessoas sofre do mal, segundo dados da Sociedade Alemã para a Luta Contra as Doenças Gástricas, da cidade de Giessen. As mulheres e os homens são afetados em iguais proporções. Mal-estar ocasionais não são motivos para preocupações. Na maioria dos casos, a doença do refluxo gastroesofágico não causa danos orgânicos no esôfago. Um de cada 10 pacientes pode desenvolver uma inflamação do esôfago, denominada esofagite por refluxo e que pode danificar as mucosas.
DANOS Esses danos nem sempre se limitam à região inferior do esôfago. Durante o sono, o agressivo ácido pode chegar à garganta. Se gotas do ácido alcançam as vias respiratórias, podem ocorrer tosse, rouquidão, bronquite crônica ou asma. Outras conseqüências são inflamações das gengivas ou do ouvido médio, além de problemas cardíacos. "Quanto maior seja a freqüência com a qual os sucos gástricos cheguem ao esôfago, maior será o risco de uma complicação, denominada esôfago de Barrett. Esse é um transtorno no qual o revestimento do tubo que leva o alimento da boca ao estômago sofre uma alteração", disse o presidente da Sociedade Alemã de Cirurgias Viscerais (DGVC), Heinz J. Buhr, da Universidade Charité de Berlim. Cerca de um de cada 10 pacientes com esôfago de Barrett desenvolve um câncer nesse órgão. Para poder determinar possível danos no revestimento do esôfago, é realizada uma endoscopia. "O motivo pelo qual os músculos que formam o esfíncter esofágico inferior, na altura do diafragma se relaxam, é algo que ainda não está totalmente pesquisado", disse Meier. Dentre os desencadeadores estão as alterações orgânicas, como a hérnia diafragmática ou a obesidade, o consumo de má comida e certos medicamentos. O estresse e o desgosto também podem fazer com que alguém "arrote ácido".
REMÉDIOS A lista de remédios caseiros, medicamentos de venda livre e conselhos contra a acidez estomacal é longa e não está livre de contradições. Quando alguém sofre pirose, uma das recomendações é não beber quando come, já que o estômago fica cheio e o bolo alimentar diluído sobe. Por outro lado, há indicações de que é preciso justamente tomar muita água para diluir os ácidos sucos gástricos. Outras advertências: não comer muito tarde (o estômago deveria digerir os alimentos antes de a pessoa dormir), não deitar depois de comer, dormir com o torso elevado (o que reduz o risco de refluxo), comer devagar e mastigar bem a comida, tomar água sem gás, evitar as bebidas gasosas, assim como os alimentos que estimulam a produção de ácidos no estômago, tais como o café e bebidas alcoólicas.
"Em casos isolados de pirose, esses conselhos podem dar resultado", admite Meier. Mas, em pacientes verdadeiros de refluxo, existem apenas duas opções para enfrentar o problema, segundo o especialista. A primeira opção são os medicamentos que evitam a produção de ácidos do estômago. Estes são chamados inibidores da bomba de protões. "O problema é que muitos pacientes não querem tomar comprimidos durante toda sua vida", disse Buhr. Para eles, pode-se avaliar a possibilidade de realizar uma operação cirúrgica, para evitar a passagem do conteúdo do estômago ao esôfago. Esta intervenção é pouco invasiva.
(Fonte: jornal Hoje em Dia)
O fim da prisão de usuários de entorpecentes é a principal mudança na nova lei antidrogas, que entrou em vigor ontem, no país. As penas passam a ser alternativas, como prestação de serviços, por exemplo. No entanto, ela é mais rigorosa para os traficantes. A punição mínima aumenta de três para cinco anos de prisão e também estabelece a existência do financiador do tráfico, com punição de oito a 20 anos de cadeia.
França proíbe cigarro em locais públicos
PARIS - A França proibirá o fumo em locais públicos a partir de fevereiro de 2007, com exceção de bares, cafés, restaurantes e discotecas, que adotarão a medida em janeiro de 2008, anunciou ontem o primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin. «Em novembro será aprovado um decreto a respeito», disse o premier. De acordo com Villepin, o Estado financiará um terço do custo do tratamento das pessoas que desejarem parar de fumar. Após janeiro de 2008, os proprietários de bares, cafés, restaurantes e discotecas deverão instalar locais para fumantes estritamente regulamentados, nos quais os funcionários não tenham a possibilidade de entrar nem possam servir produtos para consumo. Os estabelecimentos que violarem a lei serão multados em 75 euros por pessoa e 150 euros por local, acrescentou o primeiro-ministro francês. Desta forma, a França se une a outros países da Europa como Irlanda, que adotou a medida em 2004; Itália, em 2005; Suécia, Reino Unido e Espanha. Os EUA e regiões do Canadá também adotaram a medida. O tabaco responde por 66 mil mortes por ano na França, 5 mil de fumantes passivos.
CONSUMIDOR - O produto é novo, mas só dá transtorno
(Fonte: jornal Hoje em Dia)
Se a compra de qualquer produto exige cuidado do consumidor, a atenção deve ser redobrada quando se tratam de materiais recomendados pelo médico, como próteses e acessórios ortopédicos. Desacertos na hora de adquirir o bem podem trazer um duplo prejuízo para quem compra _ financeiro e na saúde. A primeira lição dada pelos órgãos de defesa do consumidor é que o material nunca deve ser comprado sem a prescrição médica. Nesse ponto, a dona de casa Wanêssa Rêgo, 43 anos, seguiu a orientação. Ela comprou um tutor _ espécie de bota ortopédica _ para o marido, que teve fratura no pé após um acidente. «O médico me deu a receita e disse que meu marido não poderia ficar nem um dia sem o tutor, porque, se não, o pé dele ficaria deformado», lembra. A dona de casa procurou o Shopping Ortopédico, em Belo Horizonte, empresa recomendada pelo médico, e pagou R$ 225 pelo equipamento. No primeiro dia de uso, o tutor começou a machucar o pé dele. Ela diz que levou o produto para reparo, mas o aparelho retornou pior. «Voltou machucando em três lugares», diz. Wanêssa conta que levou o material a um médico, que reprovou as medidas. A dona de casa foi até a loja para devolver o tutor e pedir o dinheiro de volta, mas, segundo ela, o dono do estabelecimento se recusou a fazer a devolução.
Wanêssa Rêgo acionou a Polícia Militar e, depois, tomou uma atitude não recomendada pelos órgãos de defesa do consumidor, que é sustar o cheque. Agora, anuncia que vai entrar com ação no Juizado Especial de Relações de Consumo. «Só queria que a empresa me devolvesse o cheque e ficasse com o tutor. Não queria desgaste com a Justiça». O proprietário do Shopping Ortopédico, Amarildo Barreto, garante que o produto foi feito conforme a prescrição médica. «Pedi um relatório do médico, e ele informou que o aparelho está correto, sem ter nada para por ou tirar», garante. Por causa disso, Amarildo Ribeiro acredita que não tinha motivo para devolver o dinheiro. O empresário afirma que, se realmente o cheque tiver sido sustado, vai acionar a Justiça contra Wanêssa Rêgo.
Medido para fabricação, a empresa tem que consertar ou devolver o dinheiro. «O produto tem que atender a debilidade do cliente», observa. Como o tutor é considerado material essencial, o reparo ou devolução do dinheiro tem que ser imediato, segundo Stael Riane. Ela adverte que sustar o cheque não é uma boa solução. «Quando a pessoa susta o cheque, a negociação fica diferente». A aposentada Telma Maria Quirino, 45 anos, está brigando com a empresa Atrium Line, de São Paulo. Há cerca de um ano, ela comprou um colete ortopédico pelo telefone, após assistir a uma propaganda na televisão, mas o material não serviu. «Devolvi no dia seguinte. Paguei a postagem e enviei de volta», conta. Telma Quirino diz que ligou para a empresa avisando que não queria o produto e pedindo a devolução dos cheques.
Na época, pagou cerca de R$ 200, divididos em quatro vezes. Segundo a aposentada, a empresa garantiu que devolveria a quantia, mas entrou com dois cheques. «Aí, eu sustei os outros dois», conta. Em seguida, formalizou ação no Juizado Especial de Sabará, na Região Metropolitana, onde mora, pedindo ressarcimento. Nas duas audiências _ de conciliação e de instrução _, a empresa não compareceu, e o juiz decidiu o processo à revelia, favorecendo a consumidora. A coordenadora do Procon Municipal esclarece que, quando o produto é comprado fora do estabelecimento comercial _ pela Internet, telefone ou catálogos _, o consumidor pode desistir da compra em até sete dias após o recebimento. A reportagem não obteve retorno da empresa Atrium Line.
A primeira medida que o consumidor deve tomar quando se sentir lesado ao adquirir um produto ou serviço, é tentar um acordo com a empresa. Mas, se isso não for possível, o jeito é recorrer aos órgãos de defesa de seus direitos. Entre eles, o Juizado Especial de Relações de Consumo, que se diferencia dos demais _ por exemplo, os procons _, por ter autoridade jurídica. O diretor do juizado de Belo Horizonte, juiz Vicente de Oliveira Silva, observa que, diferentemente dos procons, no juizado, o comparecimento das partes citadas em uma audiência é obrigatório. Se uma delas faltar, existe conseqüência prevista. «Para o autor da ação, a pena é a extinção do processo e o possível pagamento das custas judiciais. Para o réu, é a revelia do processo». Quando o juiz decide pela revelia, a questão é resolvida considerando que o autor da ação está dizendo a verdade sobre o problema, já que o réu, que poderia se defender, não comparece. Depois da sentença, a parte tem dez dias para recorrer, mas não recebe intimação. Se não recorrer, o autor do processo pode pedir a execução da decisão, e o réu tem 24 horas para cumprir, sob pena de ter bens penhorados. Belo Horizonte tem seis juizados especiais _ de Consumo, dois Cíveis, de Microempresa, de Trânsito e Criminal. O atendimento nesses órgãos é gratuito e, para entrar com ação, o indivíduo precisa comparecer a um deles e levar documentação que comprove o problema. Um atendente ouve a versão e monta a ação. A pessoa já sai do local sabendo o dia da primeira audiência. Se a causa é até 20 salários mínimos, a parte não precisa de advogado. Se for entre 20 e 40 salários mínimos, a presença do advogado é exigida. Para causas acima de 40 salários mínimos, o cidadão deve procurar a Justiça comum. No dia da audiência, se uma das partes tiver com advogado e a outra, não, o juiz destaca um defensor público para dar igualdade de atendimento. O juiz observa que o consumidor tem a opção de passar pelos estabelecimentos de conciliação, como os procons, antes de entrar com ação no Juizado. A grande vantagem do órgão, segundo ele, é a rapidez na finalização dos processos. São feitas apenas duas audiências, e o condenado só pode recorrer uma vez. «A primeira audiência é marcada em até 20 dias, e a questão é resolvida, em média, dentro de 90 dias», afirma.
(Fonte: jornal O Tempo)
SÃO PAULO – Ao contrário do que muita gente pode pensar, religião e medicina não são duas coisas opostas e completamente separadas. Estudos indicam que pessoas que crêem em algo superior têm uma saúde melhor e que até têm menos problemas cardíacos e psicológicos, como a depressão. De acordo com Edmar Santos, cardiologista da Sociedade Brasileira de Cardiologia e mestre em Medicina Interna e Terapêutica, a religião é uma “fonte de esperança” e contribui para a diminuição de depressão em pacientes hospitalizados. Estudos americanos são utilizados para corroborar essa tese. Segundo pesquisas da escola de medicina de Virgínia, nos Estados Unidos, fatores psicossociais como a religiosidade podem contribuir na queda da pressão arterial em hipertensos. Além disso, indicam que pessoas que têm o hábito de ir a cultos religiosos têm menos doenças cardiovasculares. Contribuiriam para isso o fato de a maioria das religiões pregarem uma vida sem vícios, o que faria com que os indivíduos levassem uma vida mais saudável. Alexandre Santos, cardiologista do hospital Santa Paula, diz que o dado científico mais concreto é que a mente influenciaria na saúde das pessoas. “Dessa forma, pessoas descrentes acabam se entregando à doença e não se recuperam com facilidade. Elas podem entrar em depressão profunda após uma operação, ter complicações e morrer”, disse. Alguns estudos americanos mostram que idosos nãoreligiosos submetidos à cirurgia de ponte de safena tiveram três vezes mais chance de morrer no procedimento do que os que crêem em algo. Com isso, Edmar Santos afirma que há uma ligação direta entre religião e a saúde, principalmente a do coração. Cigarro Com a religião, a faxineira Eduarda Santos, 56, mudou seus hábitos reduzindo o número de cigarros consumidos diariamente. “As pessoas se controlam, por conta dos mandamentos. Bebem e fumam menos do que se não acreditassem em Deus e o temessem”, avalia. Alexandre Santos, mais cético, não atribui isso somente à religião, mas à forma de a pessoa enxergar e levar a vida. “Quem é religioso acredita em algo que lhe dá força. Isso está na mente, que é o que contribui para a melhora. E isso acontece mesmo”, diz. Mas ele faz uma ressalva: “A religião, a fé, não curam.” Ele diz ainda que, apesar dos indícios de que a religiosidade pode ajudar, prevenir ainda é o melhor. “Praticar atividades físicas, fazer check-up, não fumar, controlar o colesterol são formas de evitar doenças”, ressalta. (Folhapress).